sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Observatório de Marketing, Consumo & Sociedade recebe professor Marcelo Fonseca da Unisinos

O grupo de pesquisadores do Observatório de Marketing, Consumo e Sociedade receberam no dia 17 de setembro o professor Marcelo Jacques Fonseca, da Unisinos, para uma sessão de discussão sobre globalização e consumo de alimentos. O professor Marcelo discutiu questões teórico-metodológicas envolvidas em suas pesquisas sobre alimentação e apresentou dados de pesquisa de caráter etnográfico que tem realizado no Rio Grande do Sul. Seus achados mostram uma curiosa espécie de resistência à globalização aparente no consumo de alimentos. O tema foi especialmente interessante para as pesquisadoras Camila Teixeira e Marluce Lodi. Camila investiga as práticas de consumo de alimentos relacionadas ao corpo e Marluce pesquisa as relações entre consumo e obesidade.
A foto abaixo (tirada pelo Prof. Ayrosa) registra a passagem do professor Marcelo e o agradecimento do grupo pela sua disposição em compartilhar experiências de pesquisa em cultura e consumo.


terça-feira, 9 de setembro de 2014

Observatório de Marketing, Consumo e Sociedade recebe professor da EBAPE/FGV

O professor da EBAPE/FGV Daniel Merabet apresentou seu trabalho de pesquisa intitulado "Orientação para o Mercado e Prática Social: Estudo de Caso de Empresa Ex-Estatal do Setor de Telecomunicações" para os pesquisadores do OM,C&S no dia 03 de setembro. Durante o encontro o professor Daniel tratou de como o conceito de orientação para o mercado (OPM), surgido originalmente na área de marketing, migrou para a área de estratégia, mas ainda parece inadequado para a análise de algumas organizações. Em sua pesquisa, Merabet focou em empresas ex-estatais brasileiras e, a partir de uma abordagem interdisciplinar abordou os principais debates das áreas de marketing e de estratégia, apontando para dimensões negligenciadas que podem contribuir para o entendimento do conceito de OPM de uma maneira mais ampla. O estudo revela algumas questões importantes que podem contribuir para o desenvolvimento de pesquisas futuras sobre o conceito de OPM, tais como: a influência do Estado sobre os mercados, o desenvolvimento de cultura de mercado em empresas ex-estatais e a existência de diferentes concepções de mercado.


O trabalho do professor Merabet pode ser acessado no link:
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/3851/Dissertacao-Daniel-Merabet.pdf?sequence=1



Próximo encontro do Observatório de Marketing, Consumo e Sociedade:
17 de setembro
Prof. Marcelo Jacques da Fonseca - Unisinos
Campus Lapa - sl.1201 - 14h00









sexta-feira, 23 de maio de 2014

CCT Brasil - Coppead promove workshop com Russell Belk

Workshop CCT - Coppead

Pesquisadores de todo o Brasil interessados na Consumer Culture Theory foram reunidos pela Coppead/UFRJ no último dia 15 em um workshop com o professor Russell Belk (Schulich Scholl of Business - York University). A dinâmica do workshop envolveu a discussão de onze textos (listados abaixo), a cargo de doutorandos da Coppead, e a exibição de um filme videográfico sobre a Consumer Odissey. Na primeira parte do encontro, o papel dessa mítica caravana de pesquisadores na criação do que hoje é chamado de CCT foi esmiuçado, assim como criticado (vide o artigo de Bradshaw e Brown). Depois do intervalo, o presente e o futuro do CCT foram abordados. 


O encontro promoveu a aproximação de acadêmicos brasileiros da área que foram conclamados pelo professor Belk a ampliarem suas participações nos encontros da CCT (recentemente transformada em organização - http://consumerculturetheory.org).



Fica registrado também nesse blog o agradecimento às professoras Leticia Casotti, Maribel Suarez e Roberta Campos, da Coppead, pela histórica iniciativa. A foto envidada pela professora Maribel serve como registro fotográfico do evento.





Não aparecem na foto, mas também estavam presentes a professora Teniza da Silveira (UFRGS) e os Professores Francisco Giovanni Vieira (UEM) e Bill Pereira (UFRRJ). 



Textos discutidos no workshop (seguindo a ordem da discussão):



Holbrook, M. and Hirschman E. (1992). The experiential aspects of consumption: Consumer fantasies, feelings, and fun. Journal of Consumer Research, 9 (2), pp 132-140.



Belk, R., Wallendorf, M., and Sherry, J. F., Jr (1989). The sacred and the profane in consumer behavior: Theodicy on the Odyssey. Journal of Consumer Research, 15 (1), pp. 1-38.



Bradshaw, A. and Brown, S. (2007). Scholars who stare at goats: The collaborative circle cycle in creative consumer research. European Journal of Marketing, 42 (11/12), pp. 1396-1414.



Arnould, E. and Thompson, C. (2005). Consumer culture theory (CCT): Twenty years of research. Journal of Consumer Research, 31 (4), 868-882.



Belk, R. (forthcoming). The legacy of the Odyssey: The labors of the Odysseans. Journal of Historical Research in Marketing.


Askegaard, S. and Linnet, J. (2011). Towards an epistemology of consumer culture theory: Phenomenology and the context of context. Marketing Theory, 11 (4), 381

Askegaard, S. and Scott, L. (2013). Consumer culture theory: The ironies of history. Marketing Theory, 13 (2), pp. 139-147.

Bode, M. and Østergaard, P. (2013). The wild and wacky worlds of consumer oddballs’: Analyzing the minifestary context of consumer culture theory,” Marketing Theory, 13 (2), pp. 175-192.

Moisander, J., Valtonen, A., and Hirsto, H. (2009). Personal interviews in cultural consumer research – Post-structuralist challenges. Consumption Markets and Culture, 12 (4), pp. 329-348.

Tadajewski, M. (2008). Incommensurable paradigms, cognitive bias and the politics of marketing theory. Marketing Theory, 8 (2), pp. 273-297.


Thompson, C., Arnould, E., and Giesler, M. (2013). Discursivity, difference, and disruption: Genealogical reflections on the consumer culture theory heteroglossia. Marketing Theory, 13 (2), pp. 149-174.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Promovendo a Discussão a Respeito de Pesquisa Acadêmica de Marketing


Promovendo a Discussão a Respeito de Pesquisa Acadêmica de Marketing

Alguns alunos e colegas têm participado de discussões a respeito de pesquisa acadêmica de marketing e se manifestado inquietos com a aparente calmaria da área. Acredito que há muito o que se discutir, mas temos tido pouco tempo para isso, ou pouco interesse.

Estaria em curso o recrudescimento de posições mais alinhadas ao positivismo? Estaríamos despreocupados com a geração de um conhecimento original local? Estariam as temáticas e perspectivas metodológicas de pesquisas sendo orientadas por outras partes que não o pesquisador? Seríamos todos escravos do produtivismo?

Essas preocupações têm surgido frequentemente nos debates em nosso PPGA. De alguma forma, seria esperado que posições perdidas para propostas alternativas tentariam ser reconquistadas.  Da mesma forma, o alinhamento a projetos “vencedores”, definidos como "melhores" também parece ser mais seguro para pesquisadores e programas que têm que se manter atuando "pelo livro". Nesse sentido, as tradições de pesquisa em ciências naturais, claramente hegemônicas no universo científico, demonstram ainda ter muito poder. Detêm o poder de ser ciência e, portanto, guardam as chaves do portão e definem quem entra ou não. É realmente muito mais seguro seguir suas regras. Mas nem sempre os problemas à nossa frente podem ser tratados com os mesmos recursos teórico-metodológicos. Mudamos de problema? Partimos para a associação a algum evento geológico que permita uma modelagem física do problema? Acta Geológica Sinica continua A1 em administração...

Bem, trazendo a discussão de novo para perto de nós. Em seu primeiro número de 2013 a Revista de Negócios da FURB apresenta uma interessante discussão a respeito de pesquisa acadêmica de marketing. A editoria do Prof. Edson Scharf estimulou a reflexão de alguns acadêmicos da área com relevância no Brasil e no exterior, incluindo a preciosa contribuição do Prof. Russell Belk.



O artigo do Prof. Belk contrasta as perspectivas de pesquisa qualitativa e quantitativa, tratando de suas questões primordiais e dialogando com o mercado. Em seguida, o Prof. Francisco Giovanni Vieira apresenta um panorama das publicações da área no Brasil e discute o uso da pesquisa qualitativa. O contraponto é feito pelo Prof. Salomão Farias, que trata dos aspectos relevantes da abordagem quantitativa de investigação.

O quarto artigo, de autoria do Prof. Eduardo Ayrosa, apresenta uma reflexão sobre propostas de investigação qualitativa e quantitativa e sugere que a formação de novos pesquisadores deva levar em conta múltiplas visões metodológicas.

Minha sugestão para que se (re)discuta a disciplina e a orientação da pesquisa acadêmica de Marketing é seguida do artigo dos professores Richard de Sousa, Thiago Rodrigues e Roberto Pacheco, que propõe uma discussão mais ampla a respeito do conhecimento em marketing e sugere algumas aplicações práticas.

Essa iniciativa corajosa da Revista de Negócios deu continuidade à discussão iniciada pelo artigo dos professores Claudio Hofman Sampaio, Marcelo Perin, Fernando Luce, Mirela dos Santos, Fernando Santini, Marta Oliveira e Geanderson Lenz publicado no terceiro número da Revista de Administração Contemporânea de 2012. O referido artigo suscitou réplicas dos professores Angela da Rocha e Jorge Ferreira e do Prof. Francisco Vieira, além da tréplica dos autores, e deixou a impressão de que outras vozes poderiam ser incluídas nessa discussão. A editoria da Revista de Negócios ofereceu essa oportunidade e merece o reconhecimento da comunidade.

O conteúdo da revista está disponível no endereço eletrônico http://proxy.furb.br/ojs/index.php/rn/article/view/3610/2219 e também na base SPELL (spell.org.br).

Boa leitura!

Referências Bibliográficas

AYROSA, E. A. T. Perspectivas, avanços e resistências na produção de conhecimento em marketing. Revista de Negócios, v.18, n.1, p.34-41, 2013.

BELK, R. Qualitative versus quantitative research in Marketing. Revista de Negócios, v.18, n.1, p.5-9, 2013.

FARIAS, S. A.  Perspectivas e limites da pesquisa quantitativa na produção de conhecimento em marketing. Revista de Negócios, v.18, n.1, p.25-33, 2013.

ROCHA, A.; FERREIRA, J. B. Réplica 1 – Pesquisa científica brasileira em marketing: Quo Vadis? Revista de Administração Contemporânea, v. 16, n.3, p.479-483, 2012.

SAMPAIO, C. H; PERIN, M. G.; LUCE, F. B.; SANTOS, M. J.; SANTINI, F. O.; OLIVEIRA, M. O. R.; LENZ, G. S. Pesquisa científica da área de marketing no Brasil: uma revisão da primeira década do século 21. Revista de Administração Contemporânea, v. 16, n.3, p.459-478, 2012.

SAMPAIO, C. H; PERIN, M. G.; LUCE, F. B.; SANTOS, M. J.; SANTINI, F. O.; OLIVEIRA, M. O. R.; LENZ, G. S. Tréplica – O que nos falta aprender? Revista de Administração Contemporânea, v. 16, n.3, p.489-492, 2012.

SAUERBRONN, J. F. R. Diga-me o que publicas e te direi quem és: perspectivas e resistências na publicação da produção de conhecimento em marketing. Revista de Negócios, v.18, n.1, p.42-52, 2013.

SOUSA, R. P. L.; RODRIGUES, T. M.; PACHECO, R. C. S. Marketing: gestão e conhecimento científico. Revista de Negócios, v.18, n.1, p.53-62, 2013.

VIEIRA, F. G. D. Réplica 2 – Sabemos a lição, mas ainda não aprendemos: comentários sobre a pesquisa científica da area de marketing no Brasil. Revista de Administração Contemporânea, v. 16, n.3, p.484-488, 2012.


VIEIRA, F. G. D. Perspectivas e limites da pesquisa qualitativa na produção de conhecimento em marketing. Revista de Negócios, v.18, n.1, p.10-24, 2013.





terça-feira, 27 de agosto de 2013

Arte para Consumo

Algumas pessoas perguntaram de onde vem a imagem que está no plano de fundo desse blog. Trata-se de um detalhe da obra "Convergence"de Jackson Pollock. Recentemente, em viagem à Toronto convenci minha família a cruzar a fronteira e visitar a Galeria Albright Knox, em Buffalo, para ver de perto essa obra. 



Descobri esse quadro em um momento muito difícil de minha tese de doutorado, quando a realidade se mostrava muito confusa à minha frente. Dediquei algum tempo a entender aquela obra e foi um momento de iluminação. Me aproximei daquele universo complexo de cores, texturas e profundidades a ponto de trazer o quadro para a tese (e para um dos artigos que de lá emergiram, vide referências). Quando geograficamente próximo, não pude deixar de ir lá. E foi emocionante.

Arte, é claro, não escapa de ser comercializada. Não falo apenas de peças de arte vendidas, os próprios objetos ou performances, ou de suas reproduções (vide Benjamin, 2000). Falo de reapropriações e ressignificações. 

Pollock também não escapa. Em 1964, oito anos após a morte do artista, a Springbook Editions transformou sua obra em um quebra-cabeças de 340 peças que foi considerado o quebra-cabeças mais difícil do mundo. Recentemente a Noodlz lançou uma versão de 1.000 peças do mesmo quebra-cabeças (http://noodlzonline.com/shop/jigsaw-puzzles/jackson-pollock-convergence-jigsaw-puzzle/) afirmando ser essa três vezes mais difícil do que a original. 




Ida Frosk (http://idafrosk.blogspot.co.uk), artista norueguesa que faz arte com alimentos (tema para um post!), propõe "manhãs criativas" com Convergence Cake e outras versões comestíveis de obras de arte.





Referências


BENJAMIN, W. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. In: ADORNO et al. Teoria da Cultura de massa. Trad. de Carlos Nelson Coutinho. São Paulo: Paz e Terra, 2000. p. 221-254.


SAUERBRONN, J. F. R. & AYROSA, E. A. T. Sobre convergência e a prática metodológica do interacionismo interpretativo na pesquisa acadêmica em marketing. RAC Revista de Administração Contemporânea, v.14, n.5 , p. 854-870, 2010.

Abertura


Eu, João Felipe Sauerbronn, sou professor adjunto do PPGA da Unigranrio e pesquisador interessado em marketing, consumo e sociedade. Não por acaso, juntamente com o Prof. Eduardo Ayrosa, lidero o Observatório de Marketing, Consumo e Sociedade, grupo de pesquisa cadastrado no CNPq e certificado pela universidade. A frente desse blog, espero oferecer um espaço para discussões relacionadas a marketing, consumo e sociedade (obviamente!). Fortemente inspirado pela iniciativa do Prof. Francisco Giovanni Vieira e seu blog Cultura e Consumo (culturaeconsumo.blogspot.com), espero que também consiga servir como catalisador de interesses de pesquisadores, praticantes e estudantes de marketing e estudos de consumo. 
O conteúdo postado virá de reflexões pessoas e de colegas interessados pelos temas. Além disso, esse também será um ponto para divulgação e propagação de trabalhos do grupo e pesquisadores dessa e de outras instituições.
Fiquem a vontade para vasculhar, ler e comentar o que desejarem e não hesitem em entrar em contato.
Bem vindos a bordo!